Déc 032016

As crianças evidenciam que estão sofrendo psiquicamente através de sintomas, sinais que são importantes os pais e a escola observarem.

Sintomas como dificuldade de aprendizagem, hiperatividade, comportamentos repetitivos, regressão no desenvolvimento, atraso na linguagem, dificuldade no controle esfincteriano, incontinência, agressividade e qualquer outra mudança no comportamento repentinamente, podem revelar que algo emocionalmente não vai bem.

“Naquele ponto em que a linguagem termina, é o comportamento que continua a falar, (…) é a criança que, pelos seus sintomas, encarna e presentifica as conseqüências de um conflito vivo, familiar ou conjugal, camuflado e aceito por seus pais”. (DOLTO, 1923, p.12).

No entanto, não necessariamente ter um desses comportamentos indica dificuldade emocional. O profissional poderá avaliar se as dificuldades apresentadas necessitam ou não de intervenção.

Muitas vezes os pais hesitam em procurar ajuda psicológica, pois acreditam que são culpados ou responsáveis pelos sofrimentos dos filhos, e que o tratamento pode vir a confirmar tudo isso.
O papel do psicólogo no atendimento infantil é escutar e acompanhar não só a criança, mas também os pais e as questões que os afligem em relação ao filho.

Como compreender o funcionamento psíquico infantil?

Sem dúvida, as possibilidades de compreensão são infinitas, partindo da psicanálise, mas certamente todas as correntes psicanalíticas concordam que o brincar é a maneira pela qual a criança expressa seus sentimentos e suas angústias.

Freud (1908) considerou importante observar o brincar da criança para se compreender seu desenvolvimento psíquico, uma vez que é por meio do brincar, dos jogos e dos desenhos, que a criança expressa seu mundo interno.

O brincar é uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento da criança. Normalmente quando há crianças, há brincadeiras. Se não se observa à atividade lúdica, isso se revela como sinal de alerta no desenvolvimento psíquico. Crianças que brincam demonstram saúde emocional e criatividade.

Referências Bibliográficas

DOLTO, Françoise. Prefácio. In: Mannoni, Maud (1923). A primeira entrevista em psicanálise. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
FREUD. (1908). Escritores Criativos e Devaneio. In: Obras Completas ESB vol. IX. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1980.


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